“Vim rezar pela paz”
Com estas palavras o Santo Padre, o Papa Bento XVI, abriu no ultimo dia 11, sua visita apostólica a Israel e Territórios Palestinos, no decorrer de sua visita ao Oriente Médio, iniciada desde o dia 08, a partir da Jordânia. "Tomo o meu lugar em uma longa fila de peregrinos cristãos que vieram a esses lugares. Uma fila que remonta ao tempo dos primeiros séculos da história cristã e que, estou certo, continuará a prolongar-se no futuro. Como tantos antes de mim, venho para rezar nos lugares santos de modo especial pela paz para a Terra Santa e para todo o mundo".
Sua Santidade tem como principal finalidade em sua visita apostólica, promover o dialogo inter-religioso entre os lideres e autoridades religiosos e políticas da Jordânia, Israel e Territórios Palestinos.
"As esperanças de inumeráveis homens, mulheres e crianças de um futuro mais seguro e mais estável dependem do êxito das negociações de paz entre israelenses e palestinos. Em união com todos os homens de boa vontade, suplico a todos aqueles que têm responsabilidade, a explorar todo caminho possível para a busca de uma solução justa às enormes dificuldades, para que ambos os povos possam viver em paz em uma pátria que seja deles, dentro de fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas", falou o Santo Padre.
Bento XVI vem ainda com a missão de trazer uma palavra de conforto e esperança aos cristãos da Terra Santa.
Na Terra Santa, concluiu o pontífice, os cristãos devem ter um tipo de coragem "especial": a coragem da convicção que nasce de uma fé pessoal, não simplesmente de uma convicção social ou de uma tradição familiar; a coragem para se empenhar no diálogo e trabalhar lado a lado com os outros cristãos a serviço do Evangelho e na solidariedade para com o pobre, o desabrigado e as vítimas de profundas tragédias humanas; a coragem de construir novas pontes com pessoas de diferentes religiões e culturas.
Locais sagradas tanto para o Judaísmo como o Islamismo fizeram parte do itinerário de visitas do Santo Padre em sua “peregrinação de paz”, como o Muro das Lamentações e a Mesquita do Domo da Rocha. Alem disso destacou-se a visita ao Yad Vashem, o Museu do Holocausto que recorda o extermínio de mais de 6 milhões de judeus, durante o Nazismo. “Vim aqui para deter-me em silencio”. "Que o nome dessas vitimas jamais pereça! Que seus sofrimentos nunca sejam negados, diminuídos ou esquecidos!"
Na terça-feira o Santo Padre celebrou aos pés do Monte das Oliveiras, ao lado do Getsemani, a missa para um publico de 6 mil fieis. Esta foi a primeira missa celebrada a céu aberto por um papa em Jerusalém.
Na manha desta quarta-feira, o Papa celebrou uma missa para 5 mil fieis, na Praça da Manjedoura em Belém, Território da Autoridade Palestina. A Praça da Manjedoura é o centro comercial da cidade e da atividade religiosa em Belém. Aos seus arredores estão a Basílica da Natividade, a Igreja de Santa Catarina, a principal mesquita da cidade e o Centro Palestino pela Paz. Diante dos conflitos que assolam os territórios palestinos, Bento XVI destacou: "É necessário que sejamos testemunhas do triunfo do amor sobre o ódio". A presença de nosso sumo pontífice foi marcada pelo grande e fervoroso sentimento de alegria e acolhimento por parte dos cristãos palestinos e de muitos peregrinos de vários países, de forma especial, nossos peregrinos brasileiros que também marcaram presença na missa, ao som de cantos como o Gloria in Excelsis Deo e Venite Adoremo, que nos fazem memória do nascimento de Jesus que aconteceu neste local. O papa ainda saudou 50 cristãos palestinos vindos de Gaza, após obterem do Governo israelense, permissão especial para participarem da cerimônia.
Em seu discurso, Bento XVI ressaltou o sofrimento do povo palestino por ocasião dos conflitos na região e os encorajou a "manter viva a chama da esperança".
"Tenho em coração as famílias que perderam suas casas. Expresso minha solidariedade e proximidade às pessoas que perderam seus familiares nas hostilidades, sobretudo, no recente conflito efetuado na Faixa de Gaza", frisou o Papa.
O Santo Padre fez um apelo aos jovens palestinos para que não deixem que as perdas de vidas humanas nos conflitos e as destruições causem amargura e ressentimento em seus corações.
"Tenham a coragem de resistir a toda tentação sem recorrer a atos de violência e ao terrorismo. Promovam a paz e o futuro da Palestina. Que se cumpra nesta terra o cântico dos anjos que ressoou neste lugar: paz na terra aos homens de boa vontade", concluiu o Papa.
Para mim foi um momento forte de renovação em minha fé e esperança, poder vivenciar a presença de nosso Santo Padre, sentir a alegria e o fervor de um povo marcado pelo sofrimento, mas que ao mesmo tempo não se deixa abater pela dor, povo que luta e que traz em seus traços as características do homem Jesus e da jovem Maria que aqui também viveram.
“Bendito o que vem em nome do Senhor...”
André Felipe
Comunidade Obra de Maria
Terra Santa
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