quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Poemas - Ecumênicos

Esta manhã, do meu ângulo e da janela da minha paróquia eu vi o sol que nascia.
De lá do meu ângulo, eu vi você, do seu ângulo e da janela de sua paróquia, olhar o mesmo sol que nascia.

O sol foi subindo e me iluminando, e vi que o mesmo sol que me iluminava também iluminou você.

Esta manhã do estreito ângulo da janela de minha igreja vi você, do estreito ângulo da janela de sua igreja, encantado com a luz que via.
Sua fé fez de você um homem de oração e um filho feliz do criador. Seu povo o chama de pastor José. Minha fé fez o mesmo comigo e meu povo me chama de Padre José.

Temos algumas diferenças de enfoque ou de interpretação mas seguimos o mesmo livro, ou, melhor, quase as mesmas traduções porque confiamos nos nossos tradutores.

Já descobrimos o mesmo sol e a mesma luz e já descobrimos que, dos nossos ângulos, vemos quase do mesmo jeito. Só nos falta nos reunirmos mais vezes para conversar sobre a mesma luz que amamos.

O mundo ainda se escandaliza que dois homens que se dizem filhos do mesmo Pai e irmãos do mesmo irmão, ainda não consigam orar juntos. Do meu estreito ângulo orei por você. Espero que, do seu estreito ângulo, você também tenha orado por mim. Podemos pensar e até crer diferente, mas não podemos continuar com essa estudada distância.

Afinal moramos na mesma quadra e na mesma esquina. Era só questão de atravessarmos a rua que nos separa.





Pe. Zezinho, scj

Nenhum comentário:

Postar um comentário