sábado, 28 de fevereiro de 2009

Quaresma une católicos e anglicanos na Austrália

A Quaresma 2009 está unindo os católicos e anglicanos da Arquidiocese de Brisbane, na Austrália. No ano em que se recordam 150 anos da instituição das arquidioceses católica e anglicana da cidade, o arcebispo católico, Dom John Bathersby, e seu homólogo anglicano, Rev. Philip Aspinall, divulgaram uma Carta Pastoral conjunta.

O texto, assinado por ambos, ressalta o espírito ecumênico de unidade em Jesus Cristo, que os pastores querem reforçar durante o tempo da Quaresma. De modo especial, os bispos agradecem a ação do Espírito Santo, que neste século e meio, plasmou a comunidade dos fiéis e produziu sinais concretos da fé no território de Brisbane.
A cooperação entre a Igreja Católica e a Anglicana, continua o documento, aumentou muito nos últimos 50 anos. Um exemplo disso é o Colégio Teológico de Brisbane, que oferece instrução e formação teológica aos seminaristas das duas Igrejas.

Encontros de oração, comissões e iniciativas de estudo comuns são também provas do espírito ecumênico de unidade. Nesta Quaresma, os bispos convidam a viver momentos de recolhimento e meditação e anunciam um momento solene de oração comum, em 27 de março, na Catedral de São João, em Brisbane. Naquela ocasião, as duas comunidades vão reafirmar o compromisso de professar e viver a fé cristã dando testemunho de unidade, oração, encontro e cooperação, em todos os níveis.
Fonte: Rádio Vaticano

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Carnaval com Jesus!!!

Finalmente voltamos a postar em nosso blog, é que nós estávamos espalhados pelos retiros. Foi seminarista para Porto Nacional - TO, Tocantínia - TO e na capital, Palmas - TO. Em Porto Nacional foi o I Acampamento de Carnaval, promovido pela Renovação Carismática Católica (RCC) da Diocese de Porto, para mais ou menos 200 jovens. Foi uma benção de Deus, os jovens puderam experimentar da Graça de Deus! Em Tocantínia, foi um retiro também para os jovens, oraganizado pela Comunidade Obra de Maria. Segundo os testemunhos, também foi uma benção. Em Palmas aconteceu o Rebanhão, que é promovido pela RCC da Arquidiocese de Palmas. E em nossa Paróquia, N. Sra. das Mercês (Palmas), também aconteceu um retiro para os jovens (Grupo Jovem JUSEC). Nem precisa dizer que foi MARAVILHOSO... rsrsrsrsrsr! Graças a Deus.
A melhor coisa é viver uma vida, colocando JESUS como o centro de tudo. O mundo nos oferece uma alegria passageira, mas em Jesus somos felizes, mesmo diante dos problemas. Obrigado Senhor, por tua causa hoje somos livres, para sermos aquilo que Tu queres!
Segue fotos do retiro em Porto Nacional... Divirtam-se!!!




Márcio, Raimundo e Ivan (Comunidade Obra de Maria)


Coordenador da RCC (a esquerda), Helena e Ronaldo (Com. Obra de Maria)




No centro, Márcia, Comunidade Javé Chama.



A direita, a esposa do Fundador da Comunidade Filhos e Filhas de Maria.

Capela onde aconteceu o retiro (Fazenda da Esperança)


Juventude que ama a DEUS!
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Conheça um pouco a cidade de Porto Nacional - TO
Porto Nacional que esteve sempre na vanguarda de seu tempo fica na Região Sul do Tocantins e tem aproximadamente 50 mil habitantes. Com o privilégio de está a 66 quilômetros da Capital Palmas, Porto Nacional comemorou em grande estilo seus 146 anos de emancipação política e 269 de história.
Orla do Rio Tocantins
Praça na Frente da Catedral

Catedral Nossa Senhora das Mercês- Construída pelos frades dominicanos, vindos da França, sua pedra fundamental foi colocada no dia 07 de maio de 1884.

Cúria Diocesana. Ao fundo Seminário menor.
Em breve fotos dos outros retiros... Até lá!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Período Quaresmal

O que quer dizer Quaresma?

A palavra Quaresma vem do latim quadragésima e designa o período de quarenta dias que antecedem a festa da Páscoa.
Na quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. Essencialmente, este período deve ser um retiro espiritual, um tempo de graça, oração, penitência e jejum, afim de obter a conversão em vista de preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa.
Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.

Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma: tempo de rompimento total com o pecado.

Portanto, tanto neste período quaresmal como também na páscoa as celebrações litúrgicas não são mera lembrança do passado, algo que aconteceu e passou. Exorta-nos o Catecismo que: “Pela liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua em sua Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção.” (§1069).

Na Bíblia o significado destes 40 dias, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia.
No Brasil, a CNBB fez junção a Quaresma a Campanha da Fraternidade, para aproveitar esse tempo forte de espiritualidade para o exercício da caridade e também da cidadania.

O que se devem fazer no tempo de Quaresma?

A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação consideradas “remédios contra o pecado” que Jesus recomendou no Sermão da Montanha (Mt 6, 1-8): a oração, a penitência e a caridade. Portanto, os Católicos são convidados a recolher-se para a reflexão para se aproximarem de Deus aperfeiçoando a sua intimidade com Ele.


É costume na Quaresma, ainda que ele seja válido em qualquer época do ano. O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.

Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa. Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.
Ensina-nos a Palavra de Deus: “É boa a oração acompanhada do jejum e dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro, porque a esmola livra da morte, apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna” (Tb 12, 8-9).
Disse Jesus: “É necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1b); “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41).


Procuremos viver bem esse tempo que a Igreja nos oferece. Abrindo assim o nosso coração para tudo aquilo que o Senhor tem preparado para nós!




Pedro Aragão
Consagrado Comunidade Obra de Maria
Seminarista cursando o 3º ano de Teologia

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A arte do FILOSOFAR!

" Filosofar consiste em maravilhar-se diante das coisas mais simples, tendo como objetivo ouvir a voz do Ser escondido em cada coisa. "
Diante da vida, o homem se depara com muitas coisas como, por exemplo, o grande universo que o cerca. E diante desta realidade ele procura conhecer a essência de cada ser, pois quanto mais admiração tiver mais conhecimento ele adquire sobre o ser. Foi através da admiração que o homem começou a filosofar, portanto, a admiração é a ponta pé inicial para o filósofo. Essa admiração consiste em lançar o olhar para aquilo que o deixa pasmo, extasiado e encantado. “A admiração exige e permite ao filósofo permanecer na inquietante tarefa de tornar a realidade poço mais acessível”. Desde o início, o homem com desenrolar de sua racionalidade começou a questionar: o que é isto? Quem um dia não se perguntou: Quem sou? De onde vim e para onde vou? O mundo sempre foi para o homem um grande segredo que o atrai e o leva a querer sondar mergulhar no mais íntimo deste mistério, pois a própria coisa, ou seja, o próprio ser, mostra-se para ele carente de interpretação. No entanto, o homem percebeu que ele poderia não só filosofar, mas também fabricar. Isto levou o homem a desenvolver suas ciências técnicas e não mais a procurar a beleza escondida em cada coisa. Diante do avanço tecnológico, a filosofia estancou e os filósofos “não passavam de loucos”. O homem se aproxima mais perto do ser pela admiração do que pela interpretação. O maravilhar-se da filosofia tem como objetivo não o espanto, mais o desejo de conhecer a verdade, pois esta consiste sua totalidade.

Como dizia Sócrates (Grande Filósofo Grego): “Foi, com efeito, pela admiração que os homens, assim hoje como no começo, foram levados a filosofar, ficando primeiramente maravilhados diante dos problemas mais simples, e progredindo, em seguida, pouco a pouco, até propor-se problemas maiores”.


Severino Manoel da Silva
Membro Consagrado da Comunidade Obra de Maria
Seminarista cursando o 4º de Teologia

domingo, 15 de fevereiro de 2009

É hora de decisão !

"Mesmo que a decisão seja só nossa, podemos ser ajudados!"
Perdas a ganhos se entrelaçam na arte de viver. A cada dia surgem novas descobertas e sempre deparamos com a oportunidade de nos decidirmos por algo.

Tomar uma decisão nunca foi fácil, afinal, decidir implica escolher e escolher uma coisa é inevitavelmente abrir mão de outra. O fato é que, alguma vez na vida, todos nós tivemos que tomar uma decisão e é sobre isso que vou falar.

Lembro-me de tantas vezes em que precisei tomar sérias decisões em minha vida... Mudar de emprego, entrar na Comunidade Canção Nova, fazer certo curso, terminar um relacionamento, fazer uma viagem, silenciar ou falar naquela hora... e por aí segue uma série de decisões tomadas ao longo de minha história. Fico pensando o que seria de mim se não tivesse tomado cada decisão, e recordo-me, com gratidão, das pessoas que me ajudaram a dar os passos necessários.

Acredito que diante das situações, quase sempre tensas, nas quais precisamos nos decidir por algo, a primeira atitude que devemos tomar é pedir ajuda a quem nos ama; de preferência que essa pessoa não esteja envolvida no caso. Mesmo que a decisão seja só nossa, podemos ser ajudados no sentido de avaliar bem “os dois lados da moeda”. É que quando a situação nos pressiona a nos decidirmos, corremos o sério risco de agirmos guiados por sentimentos, pela razão ou por impulsos.

A pressa também pode ser nossa inimiga nessa hora; então, calma! Esperar um momento, deixar a poeira baixar pode ser muito proveitoso. Dizem que depois de uma noite de sono muita coisa pode mudar. Mas, atenção! Também não podemos deixar passar a hora da graça e nos acostumarmos à falta de decisão, e ao começar a conviver com o problema adiar o momento de agir. Atitudes assim corroem o coração, ofuscam o brilho da vida, roubam os sonhos e enfraquecem a vontade. É preciso coragem para dar os passos certos na hora certa!

Hoje, talvez seja o dia de uma grande decisão em sua vida! Portanto, não tenha medo de dar os passos que devem ser dados. Partilhe isso com alguém de sua confiança e tenha a coragem de passar pelo processo necessário da mudança. Pode ser mais fácil do que você imagina, mas só o saberá agindo.

A natureza nos ensina muito sobre renovação e mudanças. Basta contemplarmos a mesma árvore em cada estação do ano, e ficaremos impressionados como sua vida vai se entrelaçando entre perdas e ganhos. Conosco não é diferente e saber perder para ganhar é questão de sobrevivência.

A Palavra de Deus diz em Deuteronômio 31,6: “Sede fortes e corajosos; não temais, nem vos atemorizeis, porque o Senhor vosso Deus é quem vai convosco. Não vos deixará nem vos desamparará”.
Essa é promessa do Senhor e Ele é fiel. Posso testemunhar que sou uma pessoa feliz e o meio pelo qual Deus me forma, a cada dia, é dando-me a liberdade de fazer escolhas. Minha contribuição é fazer uso dessa liberdade e tentar fazer sempre a melhor escolha. Desejo que você também faça essa experiência, e confiando seguramente no Senhor, escolha hoje para sua vida o que é nobre e digno diante de Deus. Não tenha medo de abrir mão do que já não lhe pertence... Perdas e ganhos se entrelaçam na arte de viver bem e a natureza nos ensina essa lição, no silêncio.

Eu sou aprendiz. E você?

Djanira Silva
Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Vaticano publica calendário do Papa para a Quaresma

A sala de imprensa publicou hoje, 5, a agenda do Papa Bento XVI para os próximos meses, com destaque para as celebrações da Semana Santa e da Páscoa, e para a primeira viagem de Bento XVI a África, de 17 a 23 de Março, com passagem por Camarões e Angola.

O primeiro evento anunciado ocorre a 21 de Fevereiro, com um Consistório para algumas causas de Canonização.

No início da Quaresma, em 25 de Fevereiro, o Papa preside às celebrações da Quarta-feira de Cinzas, nas Basílica de Santo Anselmo e Santa Sabina.

No dia 1 de Março iniciam-se os exercícios espirituais da Cúria Romana, durante os quais são suspensos os compromissos de Bento XVI.

Após a viagem à África, entre os dias 17 e 23 de março o Papa realiza uma visita pastoral à paróquia do Santo Rosto de Jesus, em Magliana, Roma, no dia 29 de Março.

No dia 2 de Abril, quarto aniversário da morte de João Paulo II, celebra-se uma Missa na Basílica de São Pedro, com a participação dos jovens de Roma.

O Domingo seguinte, 5 de Abril, é o Domingo de Ramos, com celebração na Praça de São Pedro.

O Papa preside a duas Missas na Quinta-feira: a crismal, de manhã, na Basílica de São Pedro, e a da Ceia do Senhor, à tarde, na Basílica de São João de Latrão.

A 10 de Abril, Sexta-feira Santa, Bento XVI preside à celebração da Paixão do Senhor, na Basílica do Vaticano, e marca presença no Coliseu de Roma, para a tradicional Via-Sacra, seguida por fiéis de todo o mundo.

Na noite de Sábado tem lugar a Vigília Pascal, na Basílica de São Pedro, e no dia seguinte, Domingo de Páscoa, o Papa preside à Missa e à bênção "Urbi et Orbi".

Fonte: Santa Sé

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Diferença entre jejum no cristianismo e em outras religiões


O jejum no cristianismo se distingue desta prática em outras religiões, pois tem por objetivo descobrir Deus, e não descobrir a si mesmo.

Quando os cristãos jejuam, «não se fecham em si mesmos», mas «se unem ao seu Senhor, que jejua por quarenta dias e quarenta noites no deserto».
Assim manifestou o cardeal Paul Josef Cordes, presidente do Conselho Pontifício «Cor Unum», durante a coletiva de imprensa que concedeu nesta quarta-feira na Santa Sé, na qual foi apresentada a mensagem de Bento XVI para a Quaresma de 2009.

O sentido do jejum no budismo e no islã

Segundo declarou o purpurado alemão, que dirige o organismo vaticano encarregado de promover e coordenar a ação caritativa na Igreja, o objetivo do jejum, tanto no budismo como no islã, consiste em favorecer o cuidado do corpo, opondo-se à sua idolatria.
O cardeal assinalou como o sentido do jejum no budismo consiste no desapego dos bens terrenos, porque o corpo em si mesmo se converte em origem de sofrimentos: «deve desacostumar-se à ‘sede’ de coisas criadas, abandonar o desejo e as inquietudes que dele se derivam, matá-las dentro de si mesmo»; desta maneira se chega ao Nirvana, que consiste na extinção completa dos desejos.
Para o islã, o jejum é a quarta coluna que sustenta esta religião e uma prática obrigatória durante o mês do Ramadã.
Para os muçulmanos, existe outra razão para esquecer-se de tudo que é terreno: «Deus tem seu trono em uma distância infinita. Não se lhe pode encontrar no mundo. Só se comunica com a criação e com o homem mediante sua lei, a charia»; por isso, «seria uma heresia escandalosa afirmar que Alá tivesse como filho um membro do gênero humano».
O purpurado assinalou que o jejum em ambas as religiões tem algo em comum: «transcende a dimensão terrena e procura um objetivo muito além deste mundo: o ingresso no Nirvana ou a obediência a Alá, Senhor do céu e da terra».
Em ambas as religiões, «trata-se de libertar-nos do peso das coisas criadas», declarou.

O sentido do jejum cristão

Pelo contrário, para o cristão «o desejo místico não é nunca o descenso em si mesmo, mas sim o descenso na profundidade da fé, onde encontra Deus».
Ainda que seja importante aprender sobre as demais religiões, os cristãos devem aprofundar «na herança recebida e conhecê-la cada vez melhor. A revelação divina diz algo novo em cada época histórica; é inesgotável», constatou.
O cardeal deixou clara a diferença entre a rejeição do mundo por parte do budismo e as leis do Ramadã islâmico e da Quaresma cristã, que «oferece ao cristão um caminho espiritual e prático para exercitar sem recortes nem reservas nossa entrega a Deus».
Assinalou que, em sua mensagem quaresmal, o Papa não mostra o jejum com um aspecto negativo: «como poderemos nós desprezar nossa carne, se o Filho de Deus a assumiu, convertendo-se verdadeiramente em nosso irmão?».
Quando os homens jejumam com uma atitude interior de desejo de conversão, «em Cristo buscam a comunhão com o Tu divino. N’Ele buscam novamente o dom do amor que renova o ser cristão» e se comprometem «na luta contra a miséria, convertendo-se em mensageiros do amor de Deus».

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Papa divulga mensagem para a Quaresma

Foi divulgada hoje, 3, a mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma de 2009, com o tema "Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome".Participaram da apresentação, na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Presidente do Pontifício Conselho “Cor Unum”, Cardeal Paul Josef Cordes, o secretário do Conselho, Monsenhor Karel Kasteel, o vice-secretário, Monsenhor Giampietro Dal Toso, e Josette Sheeran, diretora executiva do Programa Mundial de Alimentos da ONU.


Leia a íntregra
Queridos irmãos e irmãs!
No início da Quaresma, que constitui um caminho de treino espiritual mais intenso, a Liturgia nos propõe três práticas penitenciais muito queridas à tradição bíblica e cristã – a oração, a esmola, o jejum – a fim de nos predispormos para celebrar melhor a Páscoa e deste modo fazer experiência do poder de Deus que, como ouviremos na Vigília pascal, "derrota o mal, lava as culpas, restitui a inocência aos pecadores, a alegria aos aflitos. Dissipa o ódio, domina a insensibilidade dos poderosos, promove a concórdia e a paz" (Hino pascal). Na habitual mensagem quaresmal, gostaria de refletir este ano em particular sobre o valor e o sentido do jejum. De fato a Quaresma traz à mente os quarenta dias de jejum vividos pelo Senhor no deserto antes de empreender a sua missão pública. Lemos no Evangelho: "O Espírito conduziu Jesus ao deserto a fim de ser tentado pelo demônio. Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome" (Mt 4, 1-2). Como Moisés antes de receber as Tábuas da Lei (cf. Êx 34, 28), como Elias antes de encontrar o Senhor no monte Horeb (cf. 1 Rs 19, 8), assim Jesus rezando e jejuando se preparou para a sua missão, cujo início foi um duro confronto com o tentador.
Podemos perguntar que valor e que sentido tem para nós, cristãos, privar-nos de algo que seria em si bom e útil para o nosso sustento. As Sagradas Escrituras e toda a tradição cristã ensinam que o jejum é de grande ajuda para evitar o pecado e tudo o que a ele induz. Por isto, na história da salvação é frequente o convite a jejuar. Já nas primeiras páginas da Sagrada Escritura o Senhor comanda que o homem se abstenha de comer o fruto proibido: "Podes comer o fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas o da árvore da ciência do bem e do mal, porque, no dia em que o comeres, certamente morrerás" (Gn 2, 16-17). Comentando a ordem divina, São Basílio observa que "o jejum foi ordenado no Paraíso", e "o primeiro mandamento neste sentido foi dado a Adão". Portanto, ele conclui: "O 'não comas' e, portanto, a lei do jejum e da abstinência" (cf. Sermo de jejunio: PG 31, 163, 98). Dado que todos estamos entorpecidos pelo pecado e pelas suas consequências, o jejum nos é oferecido como um meio para restabelecer a amizade com o Senhor. Assim fez Esdras antes da viagem de regresso do exílio à Terra Prometida, convidando o povo reunido a jejuar "para nos humilhar – diz – diante do nosso Deus" (8, 21). O Onipotente ouviu a sua prece e garantiu os seus favores e a sua proteção. O mesmo fizeram os habitantes de Ninive que, sensíveis ao apelo de Jonas ao arrependimento, proclamaram, como testemunho da sua sinceridade, um jejum dizendo: "Quem sabe se Deus não Se arrependerá, e acalmará o ardor da Sua ira, de modo que não pereçamos?" (3, 9). Então Deus viu as suas obras e os poupou.
No Novo Testamento, Jesus ressalta a razão profunda do jejum, condenando a atitude dos fariseus, os quais observaram escrupulosamente as prescrições impostas pela lei, mas o seu coração estava distante de Deus. O verdadeiro jejum, repete o Mestre Divino também em outras partes, é antes cumprir a vontade do Pai celeste, o qual "vê no oculto, te recompensará" (Mt 6, 18). Ele próprio dá o exemplo respondendo a satanás, no final dos 40 dias transcorridos no deserto, que "nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus" (Mt 4, 4). O verdadeiro jejum finaliza-se portanto a comer o "verdadeiro alimento", que é fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4, 34). Portanto, se Adão desobedeceu ao mandamento do Senhor "de não comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal", com o jejum o crente deseja submeter-se humildemente a Deus, confiando na sua bondade e misericórdia.
Encontramos a prática do jejum muito presente na primeira comunidade cristã (cf. Act 13, 3; 14, 22; 27, 21; 2 Cor 6, 5). Também os Padres da Igreja falam da força do jejum, capaz de impedir o pecado, de reprimir os desejos do "velho Adão", e de abrir no coração do crente o caminho para Deus. O jejum é também uma prática frequente e recomendada pelos santos de todas as épocas. Escreve São Pedro Crisólogo: "O jejum é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum, portanto quem reza jejue. Quem jejua tenha misericórdia. Quem, ao pedir, deseja ser atendido, atenda quem a ele se dirige. Quem quer encontrar aberto em seu benefício o coração de Deus não feche o seu a quem o suplica" (Sermo 43; PL 52, 320.332).
Nos nossos dias, a prática do jejum parece ter perdido um pouco do seu valor espiritual e ter adquirido antes, numa cultura marcada pela busca da satisfação material, o valor de uma medida terapêutica para a cura do próprio corpo. Jejuar sem dúvida é bom para o bem-estar, mas para os crentes é em primeiro lugar uma "terapia" para curar tudo o que os impede de se conformarem com a vontade de Deus. Na Constituição Apostólica Paenitemini de 1966, o servo de Deus Paulo VI reconhecia a necessidade de colocar o jejum no contexto da chamada de cada cristão a "não viver mais para si mesmo, mas para aquele que o amou e se entregou a si por ele, e... também a viver pelos irmãos" (Cf. Cap. I). A Quaresma poderia ser uma ocasião oportuna para retomar as normas contidas na citada Constituição Apostólica, valorizando o significado autêntico e perene desta antiga prática penitencial, que pode ajudar-nos a mortificar o nosso egoísmo e a abrir o coração ao amor de Deus e do próximo, primeiro e máximo mandamento da nova Lei e compêndio de todo o Evangelho (cf. Mt 22, 34-40).
A prática fiel do jejum contribui ainda para conferir unidade à pessoa, corpo e alma, ajudando-a a evitar o pecado e a crescer na intimidade com o Senhor. Santo Agostinho, que conhecia bem as próprias inclinações negativas, as definia como "nó complicado e emaranhado" (Confissões, II, 10.18). Em seu tratado "A utilidade do jejum", escrevia: "Certamente é um suplício que me inflijo, mas para que Ele me perdoe; castigo-me por mim mesmo para que Ele me ajude, para aprazer aos seus olhos, para alcançar o agrado da sua doçura" (Sermo 400, 3, 3: PL 40, 708). Privar-se do sustento material que alimenta o corpo facilita uma ulterior disposição para ouvir Cristo e para se alimentar da sua palavra de salvação. Com o jejum e com a oração permitimos que Ele venha saciar a fome mais profunda que vivemos no nosso íntimo: a fome e a sede de Deus.
Ao mesmo tempo, o jejum ajuda-nos a tomar consciência da situação na qual vivem tantos irmãos nossos. Na sua Primeira Carta São João admoesta: "Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como estará nele o amor de Deus?" (3, 17). Jejuar voluntariamente ajuda-nos a cultivar o estilo do Bom Samaritano, que se inclina e socorre o irmão que sofre (cf. Enc. Deus caritas est, 15). Escolhendo livremente privar-nos de algo para ajudar os outros, mostramos concretamente que o próximo em dificuldade não nos é indiferente. Precisamente para manter viva esta atitude de acolhimento e de atenção para com os irmãos, encorajo as paróquias e todas as outras comunidades a intensificar na Quaresma a prática do jejum pessoal e comunitário, cultivando de igual modo a escuta da Palavra de Deus, a oração e a esmola. Foi este, desde o início o estilo da comunidade cristã, na qual eram feitas coletas especiais (cf. 2 Cor 8-9; Rm 15, 25-27), e os irmãos eram convidados a dar aos pobres quanto, graças ao jejum, tinham poupado (cf. Didascalia Ap., V, 20, 18). Também hoje esta prática deve ser redescoberta e encorajada, sobretudo durante o tempo litúrgico quaresmal.
Do que disse, sobressai com grande clareza que o jejum representa uma prática ascética importante, uma arma espiritual para lutar contra qualquer eventual apego desordenado a nós mesmos. Privar-se voluntariamente do prazer dos alimentos e de outros bens materiais, ajuda o discípulo de Cristo a controlar os apetites da natureza fragilizada pela culpa da origem, cujos efeitos negativos atingem toda a personalidade humana. Exorta oportunamente um antigo hino litúrgico quaresmal: "Utamur ergo parcius, / verbis, cibis et potibus, / somno, iocis et arcitius / perstemus in custodia – Usemos de modo mais sóbrio palavras, alimentos, bebidas, sono e jogos, e permaneçamos mais atentamente vigilantes".
Queridos irmãos e irmãos, considerando bem, o jejum tem como sua finalidade última ajudar cada um de nós, como escrevia o Servo de Deus Papa João Paulo II, a fazer dom total de si a Deus (cf. Enc. Veritatis splendor, 21). A Quaresma seja portanto valorizada em cada família e em cada comunidade cristã para afastar tudo o que distrai o espírito e para intensificar o que alimenta a alma abrindo-a ao amor de Deus e do próximo. Penso em particular num maior compromisso na oração, na lectio divina, no recurso ao Sacramento da Reconciliação e na participação ativa na Eucaristia, sobretudo na Santa Missa dominical. Com esta disposição interior entremos no clima penitencial da Quaresma. Acompanhe-nos a Bem-Aventurada Virgem Maria, Causa nostrae laetitiae, e ampare-nos no esforço de libertar o nosso coração da escravidão do pecado para o tornar cada vez mais "tabernáculo vivo de Deus". Com estes votos, ao garantir a minha oração para que cada crente e comunidade eclesial percorra um proveitoso itinerário quaresmal, concedo de coração a todos a Bênção Apostólica.
Vaticano, 11 de Dezembro de 2008.
Benedictus PP. XVI
Fonte: cancaonovanews.com

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Campanha da Fraternidade 2009

TEMA: Fraternidade E Segurança Pública

LEMA: “A Paz é Fruto da Justiça” (Is 32, 17)

A Campanha da Fraternidade (CF), realizada todos os anos pela CNBB, teve início em 1964 com temas que diziam respeito apenas à Igreja. A partir de 1973, a CF começou a mostrar uma maior preocupação com a realidade social do povo brasileiro e os temas começaram a dar destaque a promoção da Justiça e a situações existenciais do povo brasileiro como a realidade sócio-econômico-política, marcada pela injustiça, pela exclusão e por altos índices de miséria.

De acordo com o Padre Toffoli, uma das motivações para que o tema da CF de 2009 seja a Segurança Pública foram os constantes pedidos feitos pela Pastoral Carcerária, organismo pertencente à CNBB que cuida da evangelização em unidades prisionais de todo o país. Além da Pastoral Carcerária, as dioceses e as regionais da Conferência por todo o país também solicitaram a adoção desse tema.

A CF é especialmente manifestada na evangelização libertadora, clama a renovar a vida da Igreja a transformar a sociedade, a partir de temas específicos, tratados à luz do Projeto de Deus.
Meio para viver os três elementos fundamentais da espiritualidade quaresmal:
Oração
Jejum
Esmola

Objetivo Geral:
Suscitar o debate sobre a segurança pública e contribuir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade, a fim de que todos se empenhem efetivamente na construção da justiça social que seja garantia de segurança para todos

Objetivos Permanentes:
Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo os cristãos na busca do bem comum;
Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho;
Renovar a consciência da responsabilidade, de todos, na Evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa(Justiça e Inclusão social) e solidária.

Objetivos Específicos:
Desenvolver nas pessoas a capacidade de reconhecer a violência na sua realidade pessoal e social, a fim de que possam se sensibilizar e se mobilizar, assumindo sua responsabilidade pessoal no que diz respeito ao problema da violência e à promoção da cultura da paz
Denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas, assim como a injustiça presente nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para crimes comuns
Fortalecer a ação educativa e evangelizadora, objetivando a construção da cultura da paz, a conscientização sobre a negação de direitos como causa da violência e o rompimento com as visões de guerra, as quais erigem a violência como solução para a violência
Denunciar a predominância do modelo punitivo presente no sistema penal brasileiro, expressão de mera vingança, a fim de incorporar ações educativas, penas alternativas e fóruns de mediação de conflitos que visem à superação dos problemas e à aplicação da justiça restaurativa
Favorecer a criação e a articulação de redes sociais populares e de políticas públicas com vistas à superação da violência e de suas causas e à difusão da cultura da paz
Desenvolver ações que visem à superação das causas e dos fatores da insegurança
Despertar o agir solidário para com as vítimas da violência
Apoiar as políticas governamentais valorizadoras dos direitos humanos


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Oração da Campanha 2009

Bom é louvar-vos, Senhor, nosso Deus,
que nos abrigais à sombra de vossas asas,
defendeis e protegeis a todos nós, vossa família,
como uma mãe, que cuida e guarda seus filhos.

Nesse tempo em que nos chamais à conversão,
à esmola, ao jejum, à oração e à penitência,
pedimos perdão pela violência e pelo ódio
que geram medo e insegurança.
Senhor, que a vossa graça venha até nós
e transforme nosso coração.

Abençoai a vossa Igreja e o vosso povo,
para que a Campanha da Fraternidade
seja um forte instrumento de conversão.
Sejam criadas as condições necessárias
para que todos vivamos em segurança,
na paz e na justiça que desejais.
Amém.