No silêncio, obrigo-me a ficar por inteiro comigo. Quem tenta fazer isso descobrirá que não é nada agradável, inicialmente. Aparece então todos os tipos de pensamentos e sentimentos, emoções e humores, medos e sensações. Vem a tona desejos e necessidades reprimidas, surge irritação reprimida, lembramos de oportunidades perdidas, de palavras não ditas ou até negativas.
Muitas vezes, os primeiros momentos do silêncio revelam o caos em nosso interior, encontramos as tensões interiores que nos amedrontam. No silencio essas tensões não conseguem escapar, com isso descobrimos nossa verdadeira situação. O silêncio nos leva a uma análise da nossa situação, na qual já não nos enganamos, mas percebemos o que está acontecendo dentro de nós. Tudo o que emerge de dentro de nós tem seu próprio sentido.
Devemos olhar para tudo, sem um pré-conceito, e estabelecer uma conversa consigo para que venha a desvelar dos símbolos. As inquietações é um indício de que algo em nós não vai bem, revela que ainda não cheguei ao destino, que preciso continuar procurando ou me revela, principalmente, que há dentro de mim muitos assuntos que preciso verificar. Os pensamentos totalmente insignificantes, que sempre voltam a emergir, encobrem os verdadeiros problemas, escondidos neles. Meus pensamentos superficiais podem ser uma mera tampa que coloquei sobre meu vulcão interior porque tenho medo de encará-lo. Essa auto-observação já é uma oração. Quando o ser humano reflete sobre si e permite que Deus questione seus pensamentos, ele reza!
Essa oração, sem máscaras, nos leva a uma mudança. As feridas, antes escondidas em meio ao caos interior, são reveladas e curadas com o toque e a presença do Divino, pois dentro de nós existe um lugar de silêncio em que Deus habita. Encontrar-se com o silêncio é também encontrar-se com Deus!
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