E assim iniciamos a quaresma, a meu ver um dos mais belos e profundos períodos de nossa igreja. Onde tudo silencia e o cristão diante da verdade inegável do fim para pra pensar em sua existência. Nada de flores, nada de palmas... O silêncio reina e neste silêncio podemos ouvir os murmúrios do espírito que deseja converter-se e voltar para o Pai.
Quantas vezes no “corre-corre” da vida nos afastamos dos caminhos que o Senhor nos convida a trilhar? Quantas vezes fomos tão permissivos ao mundo e tão pouco maleáveis a Deus? Diante das situações que a vida nos coloca tantas vezes é mais fácil fazer o que é errado, e que convém a mim do que é certo e convém a Deus?!
A quaresma é o período de voltarmos a trilhar o caminho que o Pai nos apresentou, um período de conversão e de volta a casa do Senhor, “de sacrificar sua vida em amor a Deus” (LUC. 9; 24 ); fazer o que convém a Ele; é o momento de sermos muito mais espírito que carne. E é nesta espiritualidade que venho lhes falar sobre fazer o que é certo, voltar ao caminho, amar, fazer a vontade de Deus, em fim falar-lhes sobre o perdão, mais que isso convidar-te ao exercício de perdoar, afinal é o próprio Deus que nos convida a isso.
Perdoar e pedir perdão não são um mero capricho de Deus, é uma necessidade de nosso ser! É preciso que saiamos de nosso orgulho para que isso aconteça. Nosso Pai sabe o quanto isso custa para nós, seres mesquinhos que somos, e vemos neste ato tão simples algo tão humilhante, porém o que poucos sabem é o poder que o perdão possui.
Gilberto Gomes Barbosa, fundador da Comunidade Obra de Maria, costuma dizer que perdoar é ser livre! E é isso que o Pai deseja que nós experimentemos: a liberdade do perdão!
Não lhes direi que é fácil, mas que é possível perdoar e pedir perdão. Tudo depende de uma atitude, do simples querer. Deseje sair de sua armadura de orgulho e se deixe tocar por Deus. Talvez vocês se perguntem: “mas porque devo perdoar quem me feriu ou pedir perdão?” É simples: Jesus quando veio ao mundo nos ensinou a amar, a sermos humildes e a perdoar nossos inimigos. Mesmo diante do sofrimento de sua paixão, açoitado, blasfemado e pregado na cruz inocentemente. Pediu perdão por aqueles que O maltratavam e neste ato os perdoou também. Cristo não nos pede mais do que Ele mesmo não tenha vivido.
Devemos perdoar por amor ao próximo e a Deus. Como fazê-lo? Como já lhes disse basta uma atitude o querer. Queira perdoar! Peça perdão! Comece rezando por quem te feriu, invoque a misericórdia divina para que tenhas a humildade de perdoar também. Com o passar dos dias você irá perceber que pouco a pouco o amor do Pai quebrando mais essa barreira e quando menos esperar já estará rezando com sinceridade e se verás capaz de perdoar e de pedir perdão.
As feridas que a falta de perdão nos causam-nos torna amargos,nos afasta de Deus e sendo a Quaresma um período de volta ao Pai, o exercício do perdão é essencial. Sendo assim, deixemo-nos ouvir a voz de nosso espírito que se encontra acorrentado, ferido e distante. Neste tempo, em que nosso mundo católico recolhe-se, que possamos recordar os instantes em que eu feri meu irmão, contudo o façamos despidos de nosso orgulho e com a humildade de quem reconhece a dor que causou no outro.
Recorramos à misericórdia de Deus para que rezemos o Pai-Nosso vivenciando o : “perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido!” .
Kelly Cristina Corrêa Souza
Fase do Discipulado (C.O.M.)
Missão Porto Nacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário