A minha palavra é destinada a todos os diocesanos e às pessoas cidadãs, de boa vontade, querendo assim contribuir para a vida do nosso povo no momento tão especial como estamos agora vivendo, com a chegada das Eleições. Faço isto vendo a grande importância da participação política dos cristãos na vida social, para construir uma sociedade fraterna, justa e solidária.
É importante acompanhar o processo político, vendo de perto o perfil dos candidatos para criar consciência e responsabilidade, ajudando assim nos destinos do País e do Estado. Sabemos que o papel do eleitor vai além do seu voto. Começa pelo conhecimento dos candidatos, sua vida, atuação, propostas e posturas apresentadas. Continua depois, acompanhando a gestão dos que forem eleitos.
A sociedade almeja uma ética na política e uma coerência dos políticos. Não é por acaso que tivemos a iniciativa popular para criar a Lei chamada “Ficha Limpa”. Para que ela seja aplicada, efetivamente, é preciso haver uma mudança de mentalidade e de ação, tendo em vista uma política marcada por princípios e valores éticos fundamentais para o povo.
A Palavra de Deus e a Doutrina Social da Igreja, seguramente credenciadas por uma prática histórica milenar, podem dar fundamentos para isto. Aí os candidatos devem buscar os critérios de ação, dando aos eleitores as bases para o exercício da cidadania para um voto consciente e comprometido podendo, dentro do processo, agir com corresponsabilidade.
Alguns dados devem ser identificados nos candidatos, sem os quais não merecem o sufrágio dos cidadãos cristãos. Um deles é se defendem a vida, da concepção até a morte natural, já que a vida é o maior dom que todos temos. Não merece o nosso voto quem tem iniciativas contra a dignidade das pessoas e das famílias, defendendo o aborto e a eutanásia.
Quando a pessoa governa, deve ter em mente o bem comum, olhando para os mais pobres, promovendo uma sociedade mais fraterna e em condição de todos terem vida com dignidade. Para isto deve cuidar da saúde, educação, moradia, trabalho e justiça social. Os interesses do povo precisam estar acima dos particulares. É bom candidato quem é comprometido com o bem comum.
Olhar também o comportamento ético dos candidatos: sua honestidade, competência, transparência, vontade de servir o bem comum, idoneidade moral e suas propostas de ação política. As propagandas podem ocultar os interesses particulares do candidato. Olhar se seu histórico não é de corrupção e de má gestão, de “ficha suja” e de uso da máquina pública para fins eleitoreiros.
Não transformar o voto em mercadoria. Ele não pode ser vendido. Tanto quem compra, como quem vende, é corrupto. É atitude que deve ser denunciada à Comissão Contra a Corrupção Eleitoral, da Lei 9840, que deve tomar as devidas providências. Diante de tudo isto, suplico a Deus para iluminar e abençoar a todos, candidatos e eleitores, nessas próximas Eleições.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Fonte: cnbb.org.br
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